AS NECESSIDADES

Já era tarde da noite, quando o discípulo viu seu Mestre carregando para o pequeno casebre em que moravam.

O discípulo, silenciosamente, começou também a carregar algumas lenhas e a coloca-las no casebre. Terminando o trabalho, o Mestre passou a transportar algumas de suas lenhas de volta para o mato. Sem entender, o discípulo também pegou algumas de suas lenhas e retornou para o mato. O Mestre voltou-se, então, e novamente pôs-se a carregar lenha para o casebre.

Mais uma vez, o discípulo tratou de ajuda-lo. Assim foi até que, cansado, indagou:
- Mestre, porque estamos transportando essas lenhas de um lado para outro? Não deveríamos deixar essas lenhas dentro do casebre?
- Sim devemos. Respondeu o Mestre.
- Mas eu não entendo. Colocamos a lenha dentro de casa e depois retornamos ao mato?
Então disse o Mestre:
- A quantidade de lenha que eu carreguei seria para as nossas necessidades. Toda vez que você carregava o outro tanto, automaticamente superava o que precisamos. Por isso devolvi ao seu lugar o excedente. E quando via que você também devolvia. Eu tratava de buscar a lenha que precisávamos -após uma pausa na voz, continuou com olhar fixo nos olhos do seu discípulo -Digno é o homem que conhece as suas verdades necessidades.